terça-feira, 30 de setembro de 2008

Encontro em Cajazeiras

Dia 23 de agosto próximo passado, foi aberta a temporada de eventos aeronáuticos do Nordeste, e o protagonista principal desta festa foi nosso estimado amigo Major Dodó. Filho de Cajazeiras e agora se amarrando com uma cajazeirense, Fátima, resolveu prestar uma homenagem a sua terra natal no fim de semana do aniversário desta cidade. Cajazeiras fica situada no alto sertão paraibano, quase na fronteira com o Ceará. Terra de gente simpática e acolhedora como de resto todo o sertão nordestino.
Este ano tivemos um inverno bem longo o que nos obrigou a permanecermos nos hangares por um longo período. Já não via a hora de dar uma esticada para encontrar com os amigos, mas pelo que está se anunciando teremos muitos encontros esse ano. Vamos aguardar...


Vista parcial de Cajazeiras
Lincoln e Juan.
Lincoln e Roberto.
O belo RV-9A do grande Cmte JC.
Faruk e Pierre no Sierra.
Chegada de Ricardo no FK-9.

Ao todo foram 12 aeronaves.
RV-9A de Gutemberg.
Intrumento de "trabalho" de Chico Oliveira. PU-JOB. rsrsrsrs

Dodó, Faruk, Pierre, JC e Íris.
Lincoln, Faruk e Biuzinho.
Marcone Brandão e Fernando Gama, acabando de chegar do translado do novo avião de Marcone: o Paradise PU-MBN
Paradise lindão!

Interior do Novíssimo Paradise de Marcone.

Nosso amigo Roberto: exausto depois de uma looooonga hora de vôo. rsrsrsrsr




Cmte Gil, Ricardo e Fernando.
Zenilma, Adolpho, Biuzinho, Chico e Gil.


JC, sua esposa Íris e Fátima.
Olha só a animação de Adolpho!


Oliveeeeeeira!



O casal anfitrião: Fátima e Dodózin.
À noite, festa no Clube Campestre.



Biuzinho e seu irmão Zé.

Olha só que casal chic.
Farra na Van!
Decolagem no domingo para Patos, terra de Marcone, onde almoçamos.


E assim terminou nosso primeiro encontro depois do longo inverno aquí no Nordeste.
Decolei de Patos às 14 hs local para Campina Grande com um ventão de proa que me fez gastar 1:05, onde normalmente, gastaria 45 min. Dentro de 15 dias nos encontraremos de novo em Pau dos Ferros-RN, terra de nosso querido Almir. Nos veremos lá, galera!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

2° Aeroantas

Caros amigos.

A segunda edição do encontro na Fazenda Antas, o 2º Aeroantas, foi realizada no dia 23 de agosto de 2008 e consolida-se como um evento já tradicional no calendário da aviação desportiva do Nordeste. Não ainda pelo tamanho, mas sim pela organização, hospitalidade e beleza do local o que fatalmente fará deste encontro um sucesso também em número de aeronaves em um futuro bem próximo.
Este ano o nosso anfitrião e amigo Alfredo Bandeira, mesmo tendo passado por momentos difíceis em um acidente ocorrido poucos dias antes do evento, onde pouco antes do pouso o motor apagou e ele não conseguiu chegar até a pista, pousando sobre um galpão, não se abalou e manteve a data da festa, mostrando ainda mais claramente o quanto esse esporte pode ser seguro e apaixonante. Um exemplo do verdadeiro espírito do aviador.
O Aeroantas desse ano teve um atrativo a mais: uma prova de pontualidade. Ao se inscrever para o evento, cada aeronave escolhia um horário com intervalos de 5 minutos entre cada uma, para seu provável pouso, ou seja, cada um tinha seu SLOT próprio(que chic, não?) com hora marcada para pouso. Para cada minuto atrasado ou adiantado o piloto perderia 1 ponto. Prá mim que passei muitos anos correndo enduros de regularidade, era um atrativo a mais, pois o que eu fazia de moto, agora iria fazer de avião. Caraca, legal! Confesso que me preparei pensando numa estratégia para zerar a prova e levar o caneco.
No dia do encontro acordei cedinho e como tinha reservado meu pouso para às 10:10, às 7:30 já estava chegando ao Aeroclube para fazer tudo com calma e sem estresse. Eu estava indo sozinho e logo Juan chegou e como também estava sem copila me convidou para voar no seu FK-9 novinho que acabara de chegar com o motor de 100 hp. Mas falei prá ele que não poderia, pois estava a fim de participar desta prova. A distância de nossa base (SNKB) para a Fazenda Antas só dá 43nm o que pode-se cumprir em 30/35 minutos. Aprontei tudo, fiz inspeção externa e fiquei fazendo hora até quando faltavam 50 minutos para meu toque em Antas. Acionei, fiz todos os cheques e quando faltavam 46 minutos para o toque, estava decolando. Após a decolagem, na vertical de Lagoa Seca, escuto JC na fonia. Ele já tinha decolado de João Pessoa para um sobrevôo no nosso destino para conferir o estado da pista para ver se daria para pousar lá de RV9, já que a pista é de grama. A manhã estava turbulenta mesmo com o céu parcialmente encoberto e o clima um pouco frio, mas foi só passar a serra, e no través de Juarez Távora o ar começou a ficar lisinho. Eu já vinha meio pendurado administrando o tempo estimado para o pouso, e em certos momentos estava voando com 4000/ 4200 rpm. O motor sussurrando baixinho, nariz um pouco alto devido à baixa velocidade e me mantendo a 3500 pés. Ah, que delícia! Quanta diferença das provas de enduro, onde por conta de qualquer errinho de nada tínhamos, muitas vezes, que acelerar até o talo correndo feito loucos para voltar a entrar “na média”. Esse “enduro” aqui tava uma moleza. Ao me aproximar do destino ainda estava 6 minutos adiantado. Chamei na freqüência livre e escutei a voz de Biuzinho que me informou que um ML400 estava no tráfego. Avistei o ML na perna do vento e esperei seu pouso. Comecei minha descida e fiz um tráfego completo aguardando o ML. Entrei pela segunda vez na perna do vento e o cara ainda estava tocando. Um olho no ML e o outro no relógio. Xíííí, o cara não saía da pista, e eu já estava na final, todo flapeado porém alto. Caramba, bate a dúvida: continuo ou arremeto e perco a prova?! A pista de Antas é uma beleza. Sem nenhum obstáculo nas cabeceiras, linda e bem cuidada, mas só tem 500 mts, ou seja: tenho que tocar bem na cabeceira, pensei. Neste momento o ML livra a pista e eu começo uma glissada sem fim. Radical mesmo. Climb lá embaixo. Uns 1500 pés por minuto de razão e a pista vem chegando rapidamente. A linda e bem cuidada biruta me indica que o vento está alinhadinho, beleza! Desfaço a glissada bem próximo do toque e a pista macia me acolhe. Vejo pessoas ao lado da cabeceira, mas não consigo distinguir quem são, porém presumo que seja Alfredo e mais alguém conferindo o tempo. Com o rabo do olho vejo o relógio do GPS e confiro: 10:11. Como vinha rápido por conta da descidona, ainda saio do solo numa leve flutuada e toco definitivamente poucos metros à frente. Caraca, perdi a prova, pensei, pois cada minuto fora do tempo vale um ponto, mas fazer o quê né mesmo? Ao me aproximar do pátio vejo as aeronaves de Xavier (Flamingo), Biuzinho (Vimana) e o ML400 de Jurandy. Alfredo já se aproxima para me receber bem como os outros amigos e me confirma a hora do pouso: 10:11. Voila! E vamos ver que acontece.

Jorge, Jurandy e Michel.


Alfredo Bamdeira listando os "competidores".

Começa a chegar o restante da turma: Serjão com seu Echo, Juan no FK-9, Fernando Gama no Paradise de Marcone, Faruk com o Sierra, Flávio no Fox, Carlos no Conquest, Pedro no Coyote, Roberto no Sting e por fim direto de Itaparica o mais novo ULM da Paraíba: o Paradise de Marcelino prefixo PU-MZJ. E foi aquela festa! Mas faltou Adolpho. Onde será que ele anda? Pouco depois ele nos liga dizendo que tinha tido uma pane em uma mangueira antes da decolagem de sua pista em Touros e não daria prá vir. OK, uma pena, mas tá valendo.

Eric, Flávio e Alfredo.

Biuzinho e Severino.

Diego e Juan.

Serjão, Álvaro e Fernando Gama.

JC ficou com medo da bequilha do RV9 e acabou vindo com Serjão.


Adênio e Faruk.

Jorge e Xavier (Xaxá).

Almir e Carlos.




Lincoln, Roberto e Alfredo.

A chegada do Paradise de Marcelino: o PU-MZJ


E haja festa!

Bruno Paradise, Marcelino e Alfredo.


Depois da recepção e com a gentileza que lhe é peculiar, Alfredo nos convida a irmos para a área de apoio onde nos esperava uma deliciosa feijoada com direito ao acompanhamento do melhor abacaxi que se pode comer no Brasil. Sapé o município onde fica a Fazenda Antas é conhecido como o maior produtor de abacaxi de todo o Nordeste. Papo vai, papo vem. Caldinho disso e daquilo e escutamos o ronco de uma aeronave. Quem será? Quem será? É O J3 DE CHICO! Alguém grita. Lindo e poético lá vem ele na sua cor inconfundível e em seu vôo lento e perfeito. Faz uma passagem baixa e todos correm para ver o pouso. Quem haveria de perder o pouso de um J3. Só mesmo um louco para abdicar de um espetáculo desses.

Carlos e Lincoln.

Roberto e Severino.

Álvaro e Fernando Gama.

Bruno e Serjão.

Marcelino e Pedro.

Pedro e Fernando Moreira.

Eric e Adênio.

Faruk e Flávio.

Almir e Diego.

Juan, Alfredo e Xaxá.

Jurandy e Jorge.

Os irmãos Kotonete. rsrsrsrs

Michel, JC, Ricardo e Carlos.

Recebendo das mãos de Alfredo o troféu de 2º lugar.

O Campeão Absoluto, Biuzinho.

Durante os momentos em que estivemos reunidos Alfredo fez questão de reservar alguns minutos para contar como ocorreu seu acidente, contribuindo para que todos nós pudéssemos aproveitar um pouco de sua experiência. Extremamente louvável seu gesto de humildade e preocupação para com todos nós seus amigos pilotos. Acho que em todos os nossos encontros, deveríamos reservar um pequeno espaço para que pudéssemos divulgar as experiências relevantes de cada um, pois daí todos sairíamos ganhando.Em seguida, Alfredo anuncia os vencedores da competição: Faruk ficou em 3º com 11 pontos perdidos, eu em 2º com 1 ponto e Biuzinho em 1º. Zerou a prova. Valeu Biu! Parabéns, meu camarada!

Faruk, terceiro colocado.








O valioso troféu já está em minha estante.

Recebemos os nossos troféus, e alguns já começam a se preparar para a decolagem de volta prá casa. E então um a um, vão partindo todos. Como estou bem próximo de casa e ainda mais agora com vento de cauda, vou deixando para decolar por último para aproveitar até o último instante essa deliciosa festa.






Todos querem uma foto ao lado do J3.






Chico, o feliz proprietário!






Xaxá preparado para o cruzamento do caudaloso Rio Paraíba. huahauhahua



Despeço-me depois de agradecer a calorosa recepção de nosso querido Alfredo e de sua adorável família. Decolo abanando as asas em despedida. Olho o relógio: 16:06 hora local, e em procedimento padrão curvo à esquerda e vou subindo até o nível 045. Tomo a proa de casa e em uma atmosfera de profunda paz e harmonia, absorto em pensamentos, vou agradecendo a Deus por tanto privilégio... Obrigado Senhor!